Paixão Colorada por Kenny Braga - 02/10/2006
Zagueiros que decidem
Poderia ter sido melhor, mas é imperioso reconhecer a importância do resultado obtido pelo Inter, sábado, contra o Paraná.
Teria sido melhor se o segundo tempo do jogo, quando o Paraná marcou dois gols, fosse mais tranqüilo. Mas a vitória, alcançada com a significativa contribuição dos zagueiros goleadores, Fabiano Eller e Índio, era indispensável para que o Internacional continuasse na disputa pelo título.
Enfatizei esse aspecto do jogo, no sábado, com receio de que o time não levasse em conta a importância desse jogo. E que ao final dos 90 minutos nada restasse para o time senão o cumprimento da tabela.
Desatenção
Felizmente, a equipe resolveu a parada no primeiro tempo, com os gols de Índio e Eller. E resolveu como sabe fazer: amassando o Paraná, deixando-o sem iniciativas para reagir.
No segundo tempo, porém, o Colorado não teve a mesma pegada e levou dois gols, que preocuparam a torcida. O gol marcado por Sandro ocorreu aos 44 minutos, quando o jogo se encaminhava para o fim. Ainda bem, porque o Paraná lutava pelo empate obstinadamente e a defesa do Inter cometia o pecado da desatenção. No fim da partida, os três pontos conquistados se impunham a qualquer restrição ao time.
kenny.braga@diariogaucho.com.br
Wianey Carlet na Zero Hora 02/10/2006
Te cuida, Barcelona
Abel Braga, após a vitória contra o Paraná:
- Se o Inter jogar como no primeiro tempo de hoje, pode ganhar, sim, do Barcelona.
Exagero? Nem tanto. Nos primeiros 45 minutos de jogo, a atuação colorada foi impecável. Dominação absoluta, ocupação de todos os espaços, velocidade, marcação correta, pouquíssimas concessões ao bom time do Paraná. Porém, ficando na relação proposta e aceita por Abel, seria necessário que o Barcelona repetisse a falha tática do Paraná, que só foi corrigida aos 31 minutos de jogo, quando Caio Júnior se deu conta de que tinha um jogador a menos no meio-campo em nome de um terceiro zagueiro. O Paraná consumiu o restante da etapa inicial para se reencontrar com a nova formatação. No segundo tempo, no velho e eficiente 4-4-2, o time paranaense cresceu, encarou o Inter, agrediu e assustou quase 25 mil colorados.
O Inter pode, sim, vencer o Barcelona. Mas ajudaria muito se Frank Rijkaard disputasse o Mundial com o 3-5-2, um dos mais perigosos e mal executados esquemas já inventados. Mas o treinador do Barcelona, como quase todos os grandes treinadores do mundo, há muito tempo dispensou a aberração dos três zagueiros.
Muricy mudou
Ainda que não esteja vencendo, o São Paulo adquiriu uma certa estabilidade a partir da sua vitória contra o Internacional. Daquele jogo para cá, Muricy Ramalho despachou o esquema com três zagueiros e, agora sim, ameaça ser campeão. Em 2005, jogou no lixo do desperdício muitos pontos perdidos por conta da sua infeliz escolha tática. Estava se repetindo com o São Paulo, mas desde que passou a ouvir, em São Paulo, as mesmas críticas que ouvira e desprezara em Porto Alegre, Muricy decidiu reconsiderar. Talvez, também, por não contar lá com uma defensoria tão entusiasmada quanto a que o respaldava aqui.
Três volantes
Abel escalou Edinho, Wellington Monteiro e Perdigão. Em passado recente, teria escutado a enjoativa cantilena de que retrancara o Inter. Na prática, a presença deste trio liberou Índio e Fabiano Eller, alternadamente, para que surpreendessem o Paraná. Os três gols marcados pelos zagueiros foi um fato atípico, mas também teve relação com a liberdade que desfrutaram pelo bom sistema de cobertura.
Pelos lados
Apareceram as virtudes de Hidalgo. Até sábado, ele vinha sendo mais um terceiro zagueiro do que um lateral. Contra o Paraná, avançou, fez assistências corretas e até esteve prestes a marcar gol. Não é lateral de ir ao fundo para cruzar. Ora, Jorge Wagner também não ia. Esta jogada é feita com qualidade por Ceará. Como fazia Valdomiro Vaz Franco, o lendário ponteiro-direito do Inter, Ceará faz o cruzamento com o adversário na sua frente. Com efeito e a bola saindo do goleiro.
Prova encardida
A partir desta semana o Grêmio terá que encarar a difícil prova de jogar duas partidas difíceis sem Leo Lima e Lucas. Rafinha é boa opção para o lugar de Leo, mas é impossível preencher a vaga de Lucas com eficiência, sequer, aproximada.
Copa do Brasil
Morro de curiosidade para saber quem seriam proprietários dos estádios que seriam construídos para a Copa de 2014. Alguns clubes sorteados? Virariam estatais? No Brasil, é sempre recomendável desconfiar dos tais "tocadores de obras". Eles são, em regra, parceiros íntimos de comissões e superfaturamentos.
wianey.carlet@zerohora.com.br
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