Muricy: na Bombonera é melhor

Muricy Ramalho sorridente é escasso. Mas ontem, rouco ao final da noite, era um dos mais animados após o 1 a 0 sobre o Boca Juniors. Aliás, no currículo, sua segunda vitória sobre o Boca - com o São Paulo, ele havia derrotado os argentinos, em 1994. Agora, projeta o jogo da volta, dia 10, fora de casa:

- O Inter fez um clássico. E clássico é jogo de xadrez. Estamos aprendendo a jogar a Copa Sul-Americana. Para o nosso planejamento, é bom que o jogo seja na Bombonera, e não em Salta.

Muricy ressaltou que, antes da partida, alertou os jogadores para atuar com paciência, tomando cuidado com os contra-ataques argentinos.

- Fui claro com meus jogadores: enfrentaríamos um time que está acostumado a essas partidas. Temos 180 minutos para classificar. Demos um passo importante. Não adianta atacar somente com entusiasmo. Aí, não daria certo - disse o treinador.

Até Grondona telefonou para Carvalho mudar data de jogo

A vantagem sobre o Boca virou marca da gestão Fernando Carvalho. Em meio à comemoração nos vestiários, segundo o presidente do Inter, derrotar "um dos melhores times do mundo", mais do que três pontos, ajuda a divulgar o clube:

- A marca Inter está ainda mais valorizada. O Boca tem um timaço, um dos melhores do mundo. O que é aquele camisa 5 (Gago) jogando? Ele é um volante e tanto.

Carvalho revelou ontem que até a Associação Argentina de Futebol (AFA) agiu para antecipar o jogo para o dia 6. Ontem, seu presidente Julio Grondona telefonou para Carvalho sugerindo a troca de data. A CBF teria aceitado adiar o jogo contra a Ponte Preta para o dia 10:

- É incrível, mas recebi telefonemas do Grondona e até do Marco Antônio Teixeira (secretário-geral da CBF). O Teixeira disse que se aceitássemos a alteração, a CBF mudaria a data de Inter e Ponte Preta. É lógico que não aceitei .

O Inter não quer a alteração e ainda insiste em jogar na Bombonera, não em Salta, 300 quilômetros ao norte de Buenos Aires.

- Só jogaremos em Salta se o go verno da província de lá bancar os US$ 60 mil (cerca de R$ 134 mil) para retornarmos em um vôo fretado - resumiu Carvalho.