De Primeira/Hiltor Mombach

RESULTADO

A noite de ontem foi traiçoeira com aqueles que, pretensiosamente, julgam não ser comentaristas de resultado. Afinal, esses não querem ser confundidos com o torcedor: este sim, e só este, passional e vesgo, incapaz de distinguir as nuances de uma partida, analisa o saldo.

O futebol, amigos, tem lá sua intelectualidade e foi lindo vê-la afrontada em sua soberba: sim, porque da noite não ficou outra coisa a comemorar senão... o resultado.

Foi gostoso demais ouvir o narrador do povo, Haroldo de Souza, berrar aquele gooooooool surgido pós-descontos: um gooooooool assim destrói teses e consagra... o resultado.

Do jogo? Alguém quer saber do jogo? Eu precisaria de dez colunas para falar da importância do resultado e diria pouco, quase nada. Sobre o jogo, bastam-me duas míseras linhas: o Inter foi assim, assim, e o Boca, pelo menos o de ontem, não assusta.

VAGA
Não sei se o Inter vai segurar o empate lá, se levará uma goleada ou se vencerá. Do futuro, não sei. Apenas sei que, pelo que vi do jogo de ontem, dá para o Inter retornar da Argentina classificado.

ESQUEMA
Eu achava que Muricy deveria sacar Edinho, recuar Perdigão para a primeira função do meio-campo e promover a entrada de Wellington quando o jogo ficou encardido. O Inter atraía demais o Boca.

EQUÍVOCO
Achei que Muricy cometeu um equívoco ao sacar Ricardinho e promover o ingresso de Gustavo. Poderia esconder isso, mas prefiro dizê-lo. Achava que o Inter precisava arriscar mais. O resultado provou que eu estava equivocado. Muricy acertou em manter o time um tanto resguardado, embora mesmo assim o Inter tenha sofrido pressão.