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quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

brasileirão 2005 - blatter critica cbf sobre anulação do jogos

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, mostrou-se contrário à decisão da CBF de anular as 11 partidas apitadas pelo juiz Edilson Pereira de Carvalho durante o Campeonato Brasileiro. O cartola, entretanto, fez questão de destacar que de maneira nenhuma poderia ter se intrometido no caso.

"Isso é um problema da CBF, que resolveu pelo cancelamento. Dei a eles um conselho de como agir, mas eles fizeram o que achavam que tinham de fazer. Não posso dizer mais do que isso. Eles fizeram, então devem encarar os problemas. Na Alemanha, eles não cancelaram os jogos", falou o cartola ao jornal Folha de S.Paulo.

Com a anulação dos jogos apitados por Edilson, envolvido em escândalo de manipulação de resultados, e a remarcação dos mesmos, o Corinthians "recuperou" quatro pontos e depois se sagrou campeão do Brasileiro.

O Internacional, vice-campeão, protestou muito. Um torcedor da equipe gaúcha, inclusive, chegou a levar o caso ao Superior Tribunal de Justiça, mas depois desistiu da ação.

Nesta oportunidade, Blatter elogiou a forma com que a CBF conduziu o caso.

"Fizeram um trabalho muito bom e muito rápido", contou ele.

Fora do STJD, Luiz Zveiter já prega a renovação do tribunal

Ao deixar o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), destituído pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) anteontem, o desembargador Luiz Zveiter mudou o discurso: disse que o órgão não precisa mais de magistrados e pregou a alternância de poder.

Antes de ser impedido de ficar, ele pregava que os juízes davam mais credibilidade aos tribunais esportivos. E, com um intervalo de um ano, ficou por dez anos à frente do STJD, sem permitir a renovação do órgão.

"Acho que cumprimos o nosso papel [magistrados]. Sem nenhum interesse, demos a nossa contribuição. Ninguém pode se perenizar no cargo", disse Zveiter.

Com esse discurso, ele reafirmou que não vai recorrer da decisão do CNJ -havia possibilidade de tentar reverter a decisão.

Desembargador da 9ª Câmara Cível, disse que vai se dedicar ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, onde vai concorrer à vaga de corregedor-geral. No futuro, a intenção de Zveiter é assumir a presidência do órgão.

Para substituí-lo na presidência do tribunal do esporte, indicou Rubens Aprobatto, ex-presidente do OAB, que foi seu aliado.

A partir de 1º de janeiro, o advogado já será o comandante do tribunal de forma provisória, como mais antigo auditor. Isso porque o vice-presidente do STJD, Nelson Thomaz Braga, também será destituído porque é desembargador do Tribunal Regional do Trabalho-RJ, cargo que não pretende abandonar no momento.

"O Aprobatto é um bom nome por causa da sua experiência", afirmou Zveiter.

Apesar de dizer que era hora de sair, ele deixou escapar uma alfinetada contra seus críticos, afirmando que o mundo do futebol vai sentir sua falta.

"Agora estou de fora. Vamos ver no final do campeonato do ano que vem se eles vão sentir saudades de mim", afirmou.

Mesmo assim, ele acha que a CBF, com que brigou pelo poder, não vai dominar o tribunal. "O Brasil não comporta mais retrocesso neste campo."

Embora vá deixar o cargo no momento, Thomaz Braga, candidato da CBF à presidência do tribunal, projeta uma volta à Justiça Desportiva. Seu filho é casado com a filha do presidente da confederação, Ricardo Teixeira.

"Eu não descarto essa possibilidade. Mas ainda haverá um tempo no tribunal [trabalhista]. Não coloco prazos", afirmou.

Responsável por indicar Zveiter, a Federação dos Atletas (Fenapaf) espera apenas o comunicado oficial da sua saída para realizar uma assembléia na qual escolherá dois novos nomes para o tribunal --Luiz Lanfredi também saiu, e os clubes terão de indicar outro nome.

Zveiter só terá substituto em janeiro



Rio - Com a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de impedir que magistrados acumulem funções na esfera da justiça esportiva, o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção federal, Rubens Approbato Machado, assumirá interinamente a presidência do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Ele ocupará a vaga do desembargador Luiz Zveiter, obrigado a deixar o cargo.

O vice-presidente do Tribunal, o também desembargador Nelson Braga, é outro que terá de deixar suas funções no STJD até 31 de dezembro.

Por ser o mais antigo auditor do tribunal, Approbato, que é torcedor do Corinthians, vai presidir o STJD até que seja convocada nova eleição. Isto deve ocorrer em janeiro, depois que entidades ligadas aos jogadores e aos clubes da primeira divisão do futebol brasileiro indicarem os substitutos de Luiz Zveiter, Nelson Braga e do juiz Luiz Geraldo Lanfredi, outro que não poderá mais acumular cargos.

Luiz Zveiter e Luiz Geraldo Lanfredi foram indicados pela Federação Nacional dos Atletas Profissionais do Futebol, enquanto Nelson Braga foi colocado lá pelos clubes.

O pleno do STJD é composto por nove auditores. Quando as vagas estiverem preenchidas, será convocada a nova eleição para presidente. Ninguém ainda se lançou candidato.

E Approbato já avisou que não há incompatibilidade de auditores que moram fora do Rio dirigirem o STJD. “Este tribunal tem caráter nacional”, declarou o presidente interino, que reside em São Paulo.