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quarta-feira, 26 de outubro de 2005

Ruy Carlos Ostermann - Justa Aspiração

Justa aspiração
Uma vitória para reabilitar o campeonato do Internacional, superar a derrota para o Juventude e afirmar-se como candidato, se não ao título, com justiça à Libertadores. O segundo tempo teve muita consistência, boa marcação, boa troca de passes e jogadas através de Sobis, na frente, e teve força para chegar na grande área do Goiás. O Goiás sentiu suas ausências, sobretudo de Paulo Baier, mas o Inter também tinha ausências e soube superá-las. Os dois zagueiros, Bolívar e Ediglê, jogaram com Edmilson uma partida de segurança mas, de fato, a retenção da bola por Tinga, Perdigão e Ricardinho acabou impondo ao Internacional uma justa aspiração de ainda chegar.




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Fábio Costa
O empate do Corinthians sem Tevez, Rosinei e Eduardo foi comemorado pelos jogadores como o nítido anúncio da conquista antecipada do campeonato. Pode ser, faltam nove rodadas, de seis pontos perdidos para Santos e São Paulo o time de Antônio Lopes recuperou quatro. Foi melhor do que o São Paulo, que se esforçou, jogou tudo, mas não conseguiu. O time do Corinthians tem banco: anteontem jogou Carlos Alberto como se fosse Tevez e, no mínimo, foi o jogador mais decisivo, transgressor e brilhante. E Nilmar, que é titular, como não podia deixar de ser, é mais jogador do que já fora no Inter; está mais forte, tem a mesma e incrível velocidade inicial e está muito ativo e participante. Anteontem, Fábio Costa, contestado ao tempo de Passarella por sua liderança imprecisa, foi simplesmente notável. Ao menos quatro vezes evitou gols do São Paulo. Um time, como se sabe e se respeita, começa por um grande goleiro.




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Racismo
O registro na súmula do jogo Juventude x Inter do comportamento de torcedores que imitavam um macaco referindo-se a Tinga configura ou não um caso de racismo? Xingamento ou injúria não foi e essas instâncias da linguagem apaixonada e agressiva estão previstas na lei. O racismo, não. Teria de ingressar como denúncia numa forma genérica de infração do comportamento. Talvez a Fifa tenha uma orientação, ela já teve casos de racismo e houve punições, foi uma advertência que me fez o advogado Plínio Melgaré, que ouviu nossa discussão no Sala. Estou passando o assunto para a Editoria, demanda algum tempo, que não tinha ontem. De qualquer modo o árbitro Alicio Pena Júnior talvez tenha provocado uma questão até então submergida no circuito fechado dos estádios. Racismo não é o mesmo que juiz ladrão, Renato viado, técnico burro, essas são ofensas que o estádio pasteuriza e acabam inofensivas pela banalização do uso ou por sua tipicidade: todo árbitro que erra é ladrão, técnico que não bota o jogador é burro, e assim por diante. O racismo não tem previsão de culpa e na medida em que não eram todos os torcedores do Juventude que ofendiam Tinga, era um setor do estádio, um grupo, como identificá-los e fazer a denúncia? É um fato novo no estádio embora seja reconhecido desde o descobrimento.




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Ciclistas
O entusiasmo dos leitores pela idéia da Cíntia Moscovich, que endossei ontem, já requer um mínimo de organização de fato. E os batedores? Ciclistas são muito desrespeitados. Mas já sei: a EPTC reservou o dia 6 para a Bicicletada da Cíntia. Chegaremos.